Car@,
05 dezembro, 2005
Carta de desculpa (esfarrapada)
Car@,
19 novembro, 2005
Uma história
Por Rangel Arthur
01 novembro, 2005
O primeiro beijo
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples:
- Sim, já beijei antes uma mulher.
- Quem era ela? perguntou com dor.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.
E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.
Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.
Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.
Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...
Ele se tornara homem.
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Clarice Lispector
28 outubro, 2005
PARATY!!!
Aconteceu, de 19 a 23 de outubro, em Paraty, no Rio de Janeiro, o II Festival de cinema de Paraty, o Paratycine. E eu fui! hahaha... Eu fui como integrante da equipe do Gens (Grácia, Donizete, Má, Márcia e eu) para dar uma oficina de vídeo para crianças de lá. Foi super corrido, mas foi muito legal!!! Vamos à história, hehe...
Bom, eu já tinha idéia de que podia rolar Paraty há algumas semanas, mas estava chegando a quarta-feira, dia 19, e nada de me chamarem, então achei que não ia acontecer. Fato é que eu tinha alguns trabalhos a serem entregues no final daquela semana e, como achei que eu não ia eu acabei hmm... não priorizando essas coisas por assim dizer, hehe. Maaas, na 2a feira, dia 17, eu fiquei sabendo que eu ia! Eu estava na casa da Guta, assisitndo o filme que seria objeto do meu trabalho, quando recebi a ligação. Alías, um parenteses: (foi nesse dia que vi pela primeira a versão final de Dora e Ana também!) parenteses 2: (se não entendeu o anterior, leio o post abaixo...)
Tá, eu ia. Maravilha. Sairíamos às 8h da manhã da rodoviária Tietê. Acontece que eu tive aula na terça-feira o dia todo e não tive tempo de fazer o tal trabalho... Resultado: Fiquei eu lá, na casa da Grá, a madrugada inteira na frente do computador. Quase 4h da manhã (vide post abaixo) acabei tudo e mandei por e-mail pra Guta que imprimiu (em cor de rosa, né flor? hauhauh) e entregou pra mim. Ufa! Tá. Duas horas de sono depois, acordamos, tomamos café e fomos para a rodoviária. Viagem longa, quase 6 horas. Chegamos lá, deixamos as coisas na pousada e fomos conhecer as crianças. Uns docinhos!!! hahaha... Elas tinham entre 9 e 11 acho. E todas muito ligadas, encantadas com a câmera e super afim de ouvir a conversa, muito legal. Fizeram as primeiras imagens nesse dia.
Depois da oficina fomos pro lugar onde estavam rolando as outras atividades do festival. Ao lado da Igreja matriz havia um rio e em cada margem uma tenda bem grande montada onde eram exibidos os filmes, normalmente dois curtas antes de cada longa. As exibições aconteciam o dia todo e eram todas gratuitas, muito massa. Nessa primeira noite assistimos a "A máquina" - pré-estréia do longa de João Falcão, muito legal, tem um ar de fantasia e sonho que eu acho muito supimpa -, "Ímpar par" e "O irreconhecível", dois curtas, e "Filhas do Vento", outro longa, esse de Joel Zito Araújo, mas não gostei muito, ele trata da questão do racismo, o elenco é inteiramente negro, mas achei meio moralista demais.
Segundo dia de oficina, demos as noções de corte, planos e como a intenção de quem faz o vídeo é poderosa e por isso a grande importância de pensar antes de gravar. Eles fizeram os primeiros vídeos!! Nesse dia conhecemos a cidade, vimos os curtas "Red" e "dois em um", sinceramente? Péssimos. E também vimos "Cafundó" do Pualo Betti e Clóvis Bueno, é legal, mas meio longo...
Mas foi nesse dia, porém, que percebemos que nos faltava algo.... Tinhamos todo o equipamento pra edição de vídeo: o computador, as câmeras, os softwares, mas algo estava faltando.... Algo bem simples... Um cabinho... O CABO FIREWIRE!!! Nããããããããão!!!!
Rodamos a cidade toda atrás desse cabinho, mas só encontramos em um lugar: uma loja de sandálias!!!!! Sim!!! Eu explico. Estávmos nós lá, lindas e belas vendo sandálias e o Donizete sentado conversando com o dono da loja que estava atrás do balcão no seu laptop quando qual não foi a surpresa do Doni ao ver que ao lado do laptop repousava sobre a mesa um cabinho inocente, sim... ele! o firewire!!! Pedimos, pagaríamos se necessário, mas não... O filho do senhor, que era o real dono do cabo, não dobrou.
Então continuamos na nossa busca sem perspectivas... Mas pera aí! Vamos combinar! Estávmos num evento de cinema!! Câmeras, computadores, cabos firewire.... Alguém da produção tinha que ter um desses! E não é que a gente acou quem tinha? O nome do nosso salvador era Sandro! Ele estava lá como editor da equipe que cobria o evento e era ele quem tinha o firewire! Ele entendeu nossa situação, foi super prestativo e nós então por vezes levamos nosso laptop, as câmeras, cabos de bateria pra lá (o hall de entrada de uma das tendas) nos acomodamos no chão e começamos a capturar.
Detalhe é que só conseguimos essa saída na sexta-feira à noite e o vídeo final deveria estar pronto para o sábado, dia seguinte, às 16h, resultado: eu e má varando madrugada editando vídeo e depois eu perdendo o último dia de oficina com as crianças pra editar também. Mas no final conseguimos finalizar seis vídeos que mostravam a carinha de todos eles, então foi ótimo!
E às 16h do sábado os vídeos pensados, criados e gravados pelas crianças de Paraty foram exibidos na mesma telona onde os eram também vistos os longas do festival! Isso foi muito legal. Bacana também foi que o auditório encheu de crianças, algumas nunca tinham ido ao cinema e puderam sentar na primeira fila!
Aliás, isso foi uma falha do evento. Tinha gente da Índia lá e tal, mas as pessoas da própria Paraty não estavam sabendo do festival... O evento foi divulgado com cartazes no centro histórico, aquela parte bonitinha que aparece no comercial da Pousada do Sandy, mas acontece que a maioria das pessoas lá não mora naquela região, Paraty é maior do que aquilo.
Enfim, foi muito bom. E depois de tanto trabalho, eu e a Má decidimos que íamos nos divertir na nossa última madrugada lá! E fomos! Dançamos ciranda a noite toda na praça da igreja junto com o Joey, uma amigo de lá mesmo que era muuuito divertido e com outras pessoas dos mais diferentes lugares.
O que pegou na viagem: sotaque carioca!!!! hauhauauha... Muita gente lá falava o carioquêsss... saímos de lá falando assim também! hehe
19 outubro, 2005
Ou isto ou aquilo
Segue o meu texto da semana.... hehe
Ou isto ou aquilo - Cecília Meirelles
Ou se tem chuva ou não se tem sol,
ou se tem sol ou não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e não compro doce,
ou compro doce e não guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
14 outubro, 2005
Dora e Ana
Esses três aí em cima são a Guta, o Meia e a Carol, todos maiores de idade (hauhauha) e estrelas do curta "Dora e Ana" realizado pelos cineastas enrustidos da física da usp!!! hehe...
Tá... Ainda não entendeu, né? Deixa eu desenhar... hehe
Eu fui, na quarta-feira, acompanhar as gravações dessa produção a convite de Ricardo Macedo (o Rick, xuxu!!), representante da DOBRO Filmes e diretor desse circo. Na noite anterior, porém, recebi a mensagem de que as gravações seriam cancelas por ausência de uma das atrizes convidadas. Acionei então meus contatos e consegui em questão de horas convencer, ops!, contactar Maria Agusta (Guta!!) que prontamente aceitou iluminar a produção com sua atuação. Estavam presentes as duas atrizes, Guta e Carol, o galã, Meia nove (vulgo Adriano), Daniel (Presi!) - o iluminador (não acredito que você foi pro poster como iluminador!! huahuahauha), Andreas (não sei escrever o seu nome... mas é o DD!) - o continuista, eu - promovida a diretora de arte (adorei!!! pode olhar nas letra miúdas do pôster!!) e o diretor (o Rick!!!! Que, coincidentemente ou não, vem a ser meu digníssimo namorado!! hehe).
Foram horas exaustivas de gravação, um clima extremamente tenso e sério no set (HA! Tá bom!! hauhauha) mas o resultado foi muito satisfatório!!!! (isso é verdade... olha pela foto... não dá vontade de assitir?) O vídeo final será inscrito no Festival do minuto cujo tema nesse mês é "sexo". O filme, na verdade, é um clipe de uma música composta pelo próprio meia e que leva o mesmo nome do filme: "Dora e Ana".
Segue a letra como prévia pra quem não está se aguentando de curiosidade de ver essa obra prima no cinema amador nacional! Ou simplesmente quer saber o que raios é isso!!!
07 outubro, 2005
06 de outubro: aniversário da Mazinha!!!!
20 setembro, 2005
"Lendas e Tribos! Esse é o assunto sobre o qual falaremos: Lendas e Tribos!"
Mas acho que meu bloqueio criativo talvez tenha sido quebrado... Não sei se você percebeu, mas faz um tempo considerável desde o último post...
História Estranha
Oswaldo Montenegro
Cada história era um sinal
Que o menestrel inventa
E eu era assim, meio anormal
Achava que ia ser herói
Fumando hollywood
Vendendo saúde
Navegando doido
Doido, doido, doido
E sujo de sal
Cada filme era fatal
Voava década de oitenta
Rumo ao seu final
E achava que ia ser herói
Fumando hollywood
Vendendo saúde
Navegando doido
Doido, doido, doido
E sujo de sal
Cada louco é se não fosse também aqui
Chuva de colibri eu sou um louco santo, ah!
Eu te amo e jazz
Por trás, onde trás do sol
Nosso sonho de voar
Era uma história estranha
Que eu sempre quis decifrar
Mas hoje conto sem pensar
Que a explicação que eu sei que se não há
Sobra luz nesse caos de paixões
13 setembro, 2005
Diário de Bordo
Domingo, 11 de setembro
Já chegamos "cantando e rodando, cantando e rodando lombardi!" hahahhaa... E fomos conhecer o lugar e acompanhar o início do dia. Era um lugar espaçoso (veja as fotos!) e tinha bastante gente! Enquanto rolava a primeira atividade, eu, Teresa, Donizete, Fernando e Lincoln nos sentamos no refeitório pra decidir quem iria ficar com quem e com quantas pessoas, afinal, a gente estava achando que a oficina era pra 300 pessoas, nós estávamos em 14, sendo que um de nós precisaria estar rodando pelos grupos, o que daria 300 pessoas para serem divididas por 13 facilitadores isso ia dar uns 23, 24 jovens por pessoa, o que é muito! No cala-boca a gente costuma trabalhar em grupos de 10, pra que todos realmente tenham espaço e vez pra falar e dar sua opinião, fica mais tranquilo... Além disso tinha algumas pessoas do nosso grupo que nunca tinham dado oficina e não é legal jogar na mão desse pessoal 24 assim de cara... Estávmos lá matutando como iríamos fazer quando veio a notícia: eram só 220! Ufa! hahaha... Daí sim ficou tranquilo. Deixamos os quatro mais velhos com grupos de 30 (Mari Moura, Luciana, Antônio e Iolanda) e os do cala-boca mesmo ficaram em duplas: Eu e o Uirá, a Vanessa e o Diego, o Lolo e o Lincoln e O Luna e o Fernando, cada um com 25 e o Donizete e a Teresa poderiam rodar entre os grupos.
Então pronto! Escolhemos os lugares onde iriamos trabalhar, fomos almoçar (tomamos refrigeirante lençoense!!), até jogamos bocha!! Mas ainda faltava um tempinho antes da gente começar... Me vem então o Donizete pedindo pra que eu faça a fala de abertura apresentando o projeto, dizendo o que ia rolar lá e falando um pouco sobre a metodologia Cala-boca já morreu... Faltava pouco tempo pra começar mas deu pra ficar um pouquinho nervosa antes de falar... Tava todo mundo sentado em fileiras e tinha um palco... Eu ia ter que falar de lá de cima num microfone... mal... Mas o pessoal cantou um pouquinho, dançou um pouquinho, brincamos de pezinho, eu tirei umas fotos e fiquei mais traquila. E olha que legal: na hora que eu fui falar o pessoal se colocou em roda! E que roda! Uma roda de 200 e tantas pessoas... Ufa! Fiquei mais tranquila e foi bem mais fácil falar assim, ainda usei o microfone, mas falei do centro da roda ("falando e rodando, falando e rodando pessoal!! Má oi!!!hahahha) e foi tudo bem, falei direitinho até, só gaguejei um pouquinho...
Agora,vamos pular a parte da bagunça que foi a divisão dos grupos e partir pro trabalho em si. Vou dizer da minha oficina. Foi muito boa! Eu e o Uirá acabamos pegando 23 e rolou uma discussão muito legal sobre rádios comerciais e rádios comunitárias, democratização dos meios e tal. E por fim o tema escolhido pelo grupo foi música. Eles se dividiram em três para cada grupo menor gravar um programa e foi bacana que no início chegou uma menina quietinha que, na hora da divisão dos grupos disse "Não, não quero participar, só vou ver só..." e no final ela acabou sendo uma das âncoras de um programa, foi muito legal...
Depois disso rolou o encerramento com a apresentação de algumas das produções e alguns dos
jovens foram até o microfone falar o que tinham achado... Meu, é muito legal como rapidinho é criado um vínculo forte só pelo jeito como a gente trabalha... No fim, as meninas do meu grupo estavam gritando "Uh! Cala-boca! Uh! Cala-boca!" e também "Uh tia kz! Uh tia kz!" tá bom que o tia é dose, mas é bem legal ver que rola esse vínculo tão rápido.
Saímos de lá direto pra casa... Mas se você pensa que a gente foi domrindo acabado no caminho de volta está enganado!!!! Má, oi!!! Fomos cantando mais forte e mais alto! E só músicas diferentes das da ida!! Hahahaha... Putz a hora que a gente chegou em São Paulo alguém que queria muito ter dormido na viagem solta um "meu, a kz é um ipod completo!" hahahahha.... Me diverti muito!!! Ô pessoalzinho engraçado!!! Demos várias risadas! No dia seguinte estava toda dolorida e rouca, sem agudos... Bom estar assim depois de se divertir tanto....
08 setembro, 2005
Lua e Estrela
Raios de sol no céu da cidade
Brilho da lua oh oh oh, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudade
Manhã chegando
Luzes morrendo, nesse espelho
Que é nossa cidade
Quem é você, qual o seu nome
Conta pra mim, diz como eu te encontro
Mas deixa o destino, deixe ao acaso
Quem sabe eu te encontro
De noite no Baixo
Brilho da lua oh oh oh, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudade
06 setembro, 2005
Saudade, meu remédio é cantar...
Saudade assim faz roer
05 setembro, 2005
Sem horas e sem dores....
Sábado: 'Gabi (minha irmã querida de 16 anos), liga pra lá e pergunta se você pode entrar!' ... 'Má! Liguei lá, eu posso entrar com você, mas o show é só amanhã!!!', 'O quê?... argh...'
Tá, meu sábado não deu certo... Fiquei no sofá fazendo lição de casa da faculdade = assisitindo filmes! HÃÃH!
Agora, domingo: Super animada pro show, passei o dia todo ouvindo o cd da banda, decorando as letras, me divertindo muito cantando alto sozinha no carro! hahahha... Tava tudo certo, quando ia começar a me arrumar toca o telefone...
'Kz! É o Povia (amigo dos tempos de colegial... há muito que não o via)! Tô ligando pra saber se ainda está de pé o teatro que a gente tinha marcado semana passada de ir ver hoje... Não, não dá pra adiar, essa peça passa só uma vez por mês... O quê? Blen Blen? A fala sério! Tem show toda hora!!!'
E sim, isso acabou me convencendo... Já com uma ponta de arrependimento desmarquei a ida ao show e resolvi ir ao teatro. Eeeeee! Revi meus amigos, entrei no carro e fomos, fomos correndo por que estávamos atrasados. E qual não foi a nossa surpresa quando ao chegar ao local descobrimos que os ingressos tinham esgotado!!! 'É, fim de semana complicado esse, que falta de sorte' você pode pensar, mas não! Sabe por quê? Acompanhe...
'Mas e aí? O que vamos fazer agora? Temos que fazer alguma coisa, tá todo mundo aqui e tem mais uns amigos meus vindo aí...', 'Ah, podemos beber...', 'É, pode ser, mas... Ei! Tá rolando um show bacana no Blen Blen hoje!', 'Jura que você também curte essa banda?', 'Eeeeee! Vamos pro Blen Blen!'
Viu só! Por essa você não esperava!!! Ha ha!!! E fomos então pro Blen Blen! No caminho remarquei com quem eu tinha desmarcado. Muito feliz!!! Além de estar com meus amigos antigos e com meu amigo que quase que fica sozinho em casa ainda encontrei mais amigos antigos muito legais lá! E pulei e dancei muito!!! :)
Agora, vamos ao que interessa, você deve estar se perguntando qual é o raio da banda que me fez escrever esse texto que, se você ainda estiver lendo, já consumiu alguns minutos seus. Tá, vamos lá... É uma banda de OSASCO (acredite se quiser! Sim, eu tinha que apresentar assim!) e se chama O Teatro Mágico. (ta-dam!). O quê? Você não conhece? Td bem, eu conto um pouco mais. Eles tem um trabalho legal, as músicas são bacanas e o show deles é bonito, o palco se torna um cenário e toda a trupe vai fantasiada, tem umas piadinhas no meio e tal, bacana. Vale a pena dar uma olhada, o site é www.oteatromagico.mus.br. Eu recomendo a música 'Zaluzejo' que é bem legal e que assim como 'Ana e o Mar' merece uma olhada só pela letra (quando você ler o refrão dessa última, lembre em mim... hahaha).
"TEM HORAS QUE A GENTE SE PERGUNTA... POR QUE É QUE NÃO SE JUNTA TUDO NUMA COISA SÓ?"
"OS OPOSTOS SE DISTRAEM... OS DISPOSTOS SE ATRAEM"
"CAMARADA D'ÁGUA, FIQUE PEIXE DE MANHÃ, DE MADRUGADA, FIQUE TODA HORA QUE FOR"
03 setembro, 2005
O amanhecer
Reflexões de uma mente fatigada...
Vai trabalhar, criatura
Deus permite a todo mundo
Um loucura
É.. Eu tinha que fazer isso, tinha que escrever algo antes de ir... É um momento histórico: Agora são exatamente 6h da manhã (minha mãe vai me matar...) e eu estou na frente deste computador desde as 8h da manhã de ontem! Não, eu não tenho problemas... (será?) Estive trabalhando, se você quiser saber, em edição e finalização de textos sonoros que foram encomendados no dia anterior e que deveriam ter sido entregues antes da meia noite de ontem... (argh! Acho que tô meio confusa...) De qualquer forma, os dois últimos spots estão sendo enviados para o devido ftp enquanto escrevo estas palavras...
Estou no décimo andar de um prédio e o computador fica ao lado de uma grande janela de vidro que percorre todo o corredor. A vista é linda... Vejo agora o sol nascnedo, lutando para iluminar a cidade adormecida em meio à névoa grossa de poluição. Acho que foi essa vista que me salvou de ser engolida pelo computador... Vi o dia amanhecer nublado ontem, depois se colorir com o sol à tarde, brilhar com as luzes dos faróis e das janelas dos prédios à noite, se acalmar pela madrugada e agora a avenida retoma vagarosamente seu rítimo frenético de costume. Queria ter uma câmera agora...
Sabe o que é mais legal? Foi difícil sim, cansativo, vários pepinos no caminho, mas foi muito divertido!!! Adoro isso!!! Aliás, beijinhos pra quem tava junto (presencialmente, pela internet ou pelo telefone) e que me fez sorrir ao invés de dormir!!!
01 setembro, 2005
Criança não trabalha, criança dá trabalho!
Lápis, caderno, chiclete, peão
Sol, bicicleta, skate, calção
Esconderijo, avião, correria,
Tambor, gritaria, jardim, confusão
Bola, pelúcia, merenda, crayon
Banho de rio, banho de mar,
Pula sela, bombom
Tanque de areia, gnomo, sereia,
Pirata, baleia, manteiga no pão
Giz, merthiolate, band aid, sabão
Tênis, cadarço, almofada, colchão
Quebra-cabeça, boneca, peteca,
Botão, pega-pega, papel papelão
Criança não trabalha
Criança dá trabalho
Criança não trabalha
1, 2 feijão com arroz
3, 4 feijão no prato
5, 6 tudo outra vez
31 agosto, 2005
Alumbramento
Eu e minha irmã vinhamos andando pela avenida acompanhando aleatóriamente duas crianças. Ao ouvir a música nós duas nos sentamos na escada do prédio em frente ao instrumentista. Foi aí que vimos os dois pequenos que nos acompanhavam se aproximarem curiosamente do acordeão. Os dois bem simplezinhos, com uns sete, oito anos. Eles foram dizer que conheciam a música e que ajudariam o velho homem a cantá-la. O velho parou por um segundo, olhou para as crianças, sorriu e voltou a tocar.
E ali, no meio daquela avenida cheia de carros, pessoas, ruídos e barulhos, as duas crianças cantavam e rodopiavam abraçadas ao som do acordeão, como se não houvesse nada mais ali além delas e daquela melodia aveludada.